Da história do Brasil, nós sabemos. Ela nos foi contada nos livros, nas escolas, nos discursos oficiais. Mas será que entendemos, de fato, como se deu a criação dos quilombos?
Os quilombos não nasceram por acaso. Eles foram criados por necessidade, por coragem e por sobrevivência. Desde o processo de colonização do Brasil, quando milhões de pessoas negras foram sequestradas de suas terras e escravizadas para sustentar o projeto colonial europeu, surgiram também formas de resistência.
Enquanto o sistema colonial se fortalecia às custas da exploração, da violência e do apagamento das identidades negras e indígenas, os quilombos se tornaram espaços de liberdade forjada à força, criados por aqueles que se recusavam a aceitar a opressão como destino.
Eram comunidades formadas não apenas por pessoas negras que fugiam da escravidão, mas também por aquelas que, mesmo após a chamada “abolição”, que nunca veio acompanhada de reparação, continuaram sendo marginalizadas e violentadas pelo Estado e pela sociedade.
Os quilombos foram e continuam sendo territórios de resistência, onde a memória, a luta e a ancestralidade seguem vivas, enfrentando os mesmos sistemas de exclusão originados lá atrás, no início da colonização.
